Chocolate: mocinho ou bandido?

Estudos sobre o chocolate estão sempre aparecendo. Um novíssimo, que será apresentado em abril no encontro anual da academia americana de neurologia, realizado com mais de 44.000 participantes mostrou que uma porção semanal de chocolate reduz o risco de derrame cerebral em 22%. Os pesquisadores, entretanto, são bem cautelosos e afirmam que outros estudos são necessários afim de confirmar este achado já que outras pesquisas não mostraram qualquer relação entre o chocolate e o derrame.

Outra questão é que os benefícios sempre são mostrados com o consumo de chocolate amargo e sempre em pequenas quantidades (cerca de 6,7 gramas ao dia, ou um quadradinho e meio). Como o cacau possui flavonóides, antioxidantes poderosos, suas propriedades ainda conferem proteção contra doenças cardiovasculares e até contra o envelhecimento precoce. Flavonóides são amargos, por isto a indústria acaba processando o cacau afim de diminuir esta característica. O problema é que ao fazer isto o conteúdo de flavonóides diminui muito. Assim, chocolates doces ou ao leite não fazem o mesmo efeito das versões amargas. Além disso, os efeitos não podem ser desculpa para o consumo exagerado já que a guloseima é rica em açúcar, gordura e calorias. E engordar também é prejudicial para o coração e para a circulação sanguínea, fazendo com que os efeitos dos flavonóides sejam anulados e o risco de derrames volte a aumentar. Por isto, consuma outros alimentos ricos na substância como as frutas cítricas, cebolas, o chá verde e o vinho tinto, todos com moderação.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/