Corredoras precisam ser mais atentas à alimentação

Meu artigo publicado na revista contra-relógio em 01/08/2013:

Quem pratica esporte tem, necessariamente, de buscar uma dieta saudável e boa hidratação, se quiser manter ou melhorar sua performance. Cuidados que crescem no caso das mulheres.

A maior parte dos corredores presta atenção ao que põe no prato, justamente por considerarem, de forma correta, que a ingestão de energia e nutrientes fornecerá todo o combustível para a manutenção desta atividade. Porém, a atenção deve ser redobrada no caso das mulheres. Como, em geral, são mais leves do que os homens, tendem a comer menos, reduzindo o aporte de substâncias essenciais à manutenção do organismo. Além disso, mulheres tendem a se privar com maior frequência de certos alimentos, o que gera um balanço energético negativo e uma subnutrição celular. A dicas abaixo visam evitar os prejuízos que estas práticas podem trazer na pista de corrida.

Apesar de muitas mulheres olharem torto para os que são fontes de gordura, a escolha sábia de alimentos mantém cabelos, pele, unhas, aparelho cardiovascular e emoções em ordem. Está certo que alguns como açaí, castanhas, abacate, azeite de oliva e peixes ricos em gordura, como salmão, sardinha e atum, fornecem mais calorias. Contudo, estes nutrientes trazem maior saciedade e diminuem a compulsão alimentar, principalmente por doces. Além disso, estes alimentos são fontes de gorduras boas que podem também diminuir o risco de lesões articulares, como mostrado em estudo recente da Sociedade Internacional da Sociedade de Nutrição Esportiva. 

As proteínas são igualmente importantes para a manutenção da saúde, da musculatura, do sistema imunológico, do peso corporal e da beleza. Não deixe de incluir leguminosas (feijões, lentilha, ervilha, grão de bico e soja) em seu cardápio, pois as mesmas fornecem também fibras solúveis, cálcio e ferro. As primeiras regulam o intestino e diminuem a velocidade de absorção de açúcares e gorduras. O cálcio previne a osteoporose e facilita a contração muscular. Já o ferro repõe as perdas que ocorrem naturalmente pela transpiração e menstruação, prevenindo a anemia e a exaustão. 

Para os momentos mais estressantes do mês a corredora pode adotar o consumo de chocolate com alto teor de cacau, rico em catequinas e flavonoides, antioxidantes que retardam o envelhecimento (aparência) e aumentam a produção de óxido nítrico, substância que relaxa os vasos, facilita a circulação e previne inchaços. 

O consumo diário de frutas também é um superaliado da mulher. As cítricas, como laranja, tangerina, kiwi, morango, abacaxi e limão, fornecem vitamina C e fitoquímicos que diminuem os níveis de cortisol, hormônio associado ao estresse e ao ganho de peso. Frutas também fornecem fibras, as quais diminuem o risco de câncer de cólon, diabetes e doenças cardiovasculares.

SUCO COM COUVE. Se quiser efeitos adicionais, faça um suco de uma fruta cítrica batida com folhas de couve. Este folhoso, além de fibras e vitamina C, é fonte de manganês, magnésio, vitamina K, potássio e carotenóides. O manganês é um nutriente fundamental para extração de energia dos carboidratos e proteínas, conferindo maior disposição à corredora. Magnésio relaxa a musculatura e, juntamente com o cálcio e a vitamina K, mantém os ossos saudáveis. Carotenóides como luteína e zeaxantina protegem nossa pele e olhos contra os danos causados pela radiação ultravioleta. O potássio também é fundamental para a função muscular e para o bom funcionamento do cérebro. 

Outro grande aliado da mulher corredora é o chá verde, rico em epigalocatequina galato, substância que reduz o dano muscular e aumenta a queima de gordura. Se não gostar de consumir o chá puro, faça uma mistura com suco de uva concentrado, tome e parta para o treino.

Os carboidratos não devem ser cortados, principalmente no período pré-menstrual, já que a glicose é nutriente fundamental para o cérebro. Se não quiser engordar, substitua as versões refinadas por aquelas com menor índice glicêmico, que por serem absorvidas mais lentamente evitam a secreção de insulina e o estoque de gordura corporal. Dê preferência nesta fase ao arroz integral e a outros cereais como aveia, quinua, chia e linhaça. Se gostar de batatas, substitua a inglesa pela doce, que possui menor índice glicêmico e maior teor de carotenoides.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Por que envelhecemos?

Não sabemos porque envelhecemos, mas os cientistas possuem várias hipóteses para este processo fisiológico. As mesmas consideram fatores como a programação genética das células, o estilo de vida e os acúmulos de danos ao DNA (principalmente induzidos pelo excesso de radicais livres).

Geneticistas já sabem hoje que a desmetilação (perda do grupamento metil ou CH3), leva à expressão exagerada do gene miR-34a em todas as células, acelerando o envelhecimento das mesmas. Porém, parecem existir muitos outros genes específicos em cada tecido que passam pelo mesmo processo. Este é um dos focos atuais das pesquisas epigenéticas. Um dos problemas relatados pelos scientists, para o avanço da área é a dificuldade de acesso a material humano fresco, incluindo tecidos saudáveis, pele e sangue. Por isto, a maior parte dos estudos ainda é feita com animais.

Apesar de não podermos mudar a nossa genética, temos algum controle sobre o ambiente e podemos optar por praticar atividade física moderada, não fumar, não consumir drogas ilícitas, diminuir o consumo de álcool e açúcar, buscar manter um peso saudável e incluir na dieta alimentos que fornecem nutrientes (ácido fólico, vitaminas B12, B5 e B6, colina, serina, selênio, zinco, polifenóis, metionina, fibras, betaína e magnésio) capazes de metilar adequadamente nosso DNA, reduzindo a velocidade do envelhecimento e o aparecimento de doenças como o câncer.

Abaixo, seguem fontes de nutrientes importantes:

  • Betaína: farelo de trigo, gérmen de trigo, espinafre cozido, beterraba, camarão

  • Colina: ovo, gérmen de trigo, farelo de trigo, semente de mostarda, soja, farelo de aveia

  • Fibras: cereais integrais, frutas e vegetais, algas marinhas

  • Folato: vegetais folhos verde escuro, levedo de cerveja, semente de girassol, feijão

  • Genisteína: soja, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico)

  • Metionina: carne vermelha, leguminosas, oleaginosas, espinafre, milho, alho

  • Polifenóis: frutas e vegetais

  • Selênio: oleaginosas (nozes e castanhas)

  • Vitamina A: cenoura, tomate, mamão, batata doce, manga, espinafre, brócolis, melão

  • Vitamina B6: cereais integrais, oleaginosas, banana, salmão, frango, batata, camarão

  • Vitamina B12: carnes, frutos do mar, algas marinhas

  • Zinco: ostras, carnes vermelhas, cereais integrais e oleaginosas

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Controle da inflamação em atletas

Novo suplemento nutracêutico*, extraído do Panax notoginseng tem sido utilizado para diminuir dores musculares, melhorar a sensibilidade dos tecidos à insulina, diminuir a inflamação pós exercício,  aumentar a atividade das mitocôndrias e os níveis de energia, aumentar a resistência, diminuir a fadiga, facilitar o estoque de glicogênio após treino exaustivo e preservar a integridade das fibras musculares. O Panax notoginseng pode ser ainda associado a outras substâncias:

- Para melhorar a performance esportiva (bio arc, beta alanina);

- Para desinflamar e proteger articulações (extrato de Garcínia mangostana L., curcuma longa, boswelia, cordiapholium ou erva baleeira, resveratrol, carotenóides como a criptoxantina);

- Para ajudar a queimar gorduras (extratos de frutas, extrato de guaraná, cafeína anidra, capsiate, extrato de framboesa, chá verde);

Lembre que as indicações e dosagens devem ser individualizadas. Converse com seu  nutricionista!

Outras estratégias importantes para o combate à inflamação:

  • eliminação das gorduras hidrogenadas da dieta;

  • suplementação adequada de micronutrientes, aminoácidos e fitoquímicos com ações específicas no cérebro. Muitos deles possuem efeitos neuroprotetores incluindo: Allium sativum, Bacopa monnierae, Centella asiatica, Withania somnifera, Salvia officinalis, Ginkgo biloba, Huperiza serrata, Angelica sinensis, Uncaria tomentosa, Hypericum perforatum, Curcuma longa, Crocus sativus, Valeriana wallichii, Glycyrrhiza glabra, Scutellaria baicalensis, Angelica pubescens, Morus alba, Salvia miltiorrhiza, Uncaria rhynchophylla (Kumar e Khanum, 2012). Aprenda mais no curso psiconutrição!

*O termo nutracêutico define uma ampla variedade de alimentos e componentes alimentícios com apelos médico ou de saúde. Sua ação varia do suprimento de minerais e vitaminas essenciais até a proteção contra várias doenças infecciosas (HUNGENHOLTZ & SMID, 2002). Tais produtos podem abranger nutrientes isolados, suplementos dietéticos e dietas para alimentos geneticamente planejados, alimentos funcionais, produtos herbais e alimentos processados tais como cereais, sopas e bebidas (KWAK & JUKES, 2001).

Para atletas: meditação para aumento da performance física e mental

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/