Boca seca causa mau hálito - conheça as causas e saiba como lidar

São muitas as causas da boca seca, algumas patológicas (como diabetes) e outras não-patológicas (como a desidratação. Neste vídeo você conhecerá outras causas não patológicas para investigar se este for um problema que te encomoda:

Mau hálito matinal | Halitose não-patológica

Durante o nosso sono, há redução na produção de saliva e o pH da boca fica mais ácido. Com isso, vários microorganismos que causam mau hálito multiplicam-se. O mau hálito também pode ser causado por hipoglicemia, jejum prolongado, desidratação, cetoacidose, diabetes, baixa produção de saliva (principalmente entre idosos), disbiose intestinal, problemas no fígado e estresse.

Para a halitose matinal, uma boa escovação antes de dormir e ao acordar geralmente basta. Também é muito importante limpar a língua, que pode ter acordado cheia de fungos. Quando os cuidados básicos não resolvem a halitose um dentista deve ser consultado. As gengivas podem estar muito inflamadas, por exemplo.

Em relação à alimentação, é importante saber que uma dieta com quantidades exageradas de gorduras e proteínas acaba alterando os tipos de bactérias em todo o trato digestivo. Grande parte delas liberam odores que podem ser desagradáveis. Já pessoas que consomem mais vegetais e fibras vão ter outros tipos de bactérias colonizando o organismo e estas contribuem menos para o mau hálito. Existem ainda alguns alimentos com odor forte, como alho, cebola, couve, alcachofra, queijos envelhecidos, ovos, café, peixes, salame, presunto, mortadela, que podem também modificar o aroma da boca (e da pele).

Já a maçã é uma ótima fruta para combater a halitose, pois além de ser rica em fibras e água, estimula a salivação, um agente de limpeza bucal importante. Para idosos com xerostomia (pequena produção de saliva), podem ser indicados substitutos de saliva, medicamentos que lubrificam a boca e reduzem a ação de bactérias que produzem odores fortes.

Mantenha também os exames em dia, fazendo seu check-up anual e afastando doenças que podem modificar não só os cheiros do corpo mas também o bem-estar geral e a longevidade.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Doenças transmitidas pelos alimentos

Alimentos são fontes de saúde mas também podem transmitir doenças se estiverem contaminados por bactérias, vírus, parasitas, toxinas, prions, agrotóxicos, produtos químicos ou metais pesados. Neste vídeo converso sobre a diferença entre intoxicação alimentar, infecção alimentar e toxinfecção alimentar e o que fazer para evitar náuseas, vômitos, diarreia ou sintomas ainda mais graves:

Fonte das tabelas: Juliana Levorato (Food Safety Brazil)

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Disbiose bucal: entenda como ela afeta sua saúde

Já escrevi neste blog inúmeras vezes sobre a disbiose intestinal, condição de desequilíbrio entre bactérias boas e ruins, nos intestinos delgado e grosso. Hoje você vai conhecer a disbiose bucal. Quando falamos da boca pensamos naturalmente nos dentes e naquele sorriso bonito dos modelos da propaganda de pastas de dentes. Mas, para além da estética, a saúde oral é fundamental para a prevenção de doenças que afetam o corpo todo. Os dentes trituram os alimentos para que nutrientes possam ser adequadamente absorvidos. Além dos dentes a boca alberga uma grande microbiota, bilhões de bactérias que podem proteger ou matar.

A diversidade da microbiota bucal é enorme: são mais de 700 espécies de bactérias, como lactobacilos, importantes para digestão dos alimentos e proteção da cavidade oral contra patógenos. Já Streptococcus mutans e Porphyromonas gingivalis são prejudiciais, quando estão presentes em grande número. Na maioria das pessoas com boa higiene bucal, as bactérias "boas" e "ruins" coexistem de forma equilibrada. Mas a má higiene oral, o alto consumo de carboidratos simples, o tabagismo, o uso de antibióticos e o estresse podem romper a harmonia da microbiota.

Quando bactérias ruins começam a proliferar acabam formando um biofilme sobre os dentes, a famosa placa dentária. Quando a quantidade de bactérias na junção entre a gengiva e os dentes excede o que o sistema imunológico consegue defender, vários problemas podem surgir. O Streptoccus mutans produz ácidos que atacam o esmalte e a dentina dentária, aumentando o risco de cáries. Microorganismos como o P.gingivalis induzem reações inflamatórias na junção gengival-dentária, causando a periodontite.

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Estas doenças inflamatórias crônicas afetam dentes e também todos os tecidos de sustentação envolta deles: gengiva, ossos e ligamentos. Quando a gengiva é afetada, torna-se avermelhada, inchada, dolorida e ainda sangra facilmente. Sem tratamento, desenvolve-se a periodontite, condição em que a gengiva retrocede, deixando de proteger o dente, que pode até cair.

A periodontite afeta a qualidade de vida de várias formas: causa dor, hipersensibilidade na gengiva, dificuldade de mastigação, restrição alimentar, carências nutricionais, problemas estéticos, baixa auto-estima, dificuldade de comunicação. A inflamação bucal também aumenta a inflamação em outras áreas do corpo. E a inflamação crônica aumenta o risco de obesidade, doenças cardiovasculares e síndrome plurimetabólica. Outras doenças também podem estar relacionadas à má saúde oral como problemas gastrointestinais, certos tipos de câncer e até a doença de Alzheimer.

Se a gengiva deixa de ser uma barreira eficiente, bactérias da boca podem ainda passar para a corrente sanguínea gerando infecções em diferentes locais: parede de artérias, pâncreas, tecido adiposo. A inflamação gerada pode acelerar a deposição de colesterol nas artérias, diminuir a capacidade das células para responder à insulina. De fato, a periodontite não tratada em diabéticos dificulta o controle dos níveis de açúcar no sangue.

Outra doença grave também parece estar relacionada a infecções periodontais: a artrite reumatóide. Caracterizada por inflamação e destruição progressiva e irreversível da cartilagem das articulações (dedos, pulsos, joelhos, pés ...), a artrite é responsável por dor crônica e incapacidade. A situtação preocupa pois a periodontite é altamente prevalente na população brasileira (Matoso et al., 2017).

Mulheres grávidas correm inclusive maior risco de terem pré-eclâmpsia e partos prematuros quando a saúde bucal não é boa. Mais da metade da população brasileira não frequenta o dentista anualmente, como recomendado. Mas a mulher que decide engravidar precisa cuidar deste aspecto rapidamente.

Existem também outras populações em risco: pessoas HIV positivas, com anorexia, anemia, diabetes, com hemocromatose, em tratamento com medicamentos que inibem a reabsorção óssea, ou fazendo radioterapia na região facial desenvolvem mais problemas bucais e costumam ter uma microbiota oral alterada.

A melhor arma no caso da periodontite é a prevenção por meio da boa higiene oral (escovação por dois minutos, três vezes ao dia, com pasta contendo flúor) e visitas anuais ao dentista. Caso tenha o hábito de utilizar enxaguantes bucais, substitua os industrializados por um produto caseiro, menos agresssivo com as bactérias boas da boca. O objetivo do enxaguante é aumentar o pH para que bactérias que causam cáries como Streptoccocus não sobrevivam. Porém as demais precisam sobreviver. Para tanto poderá utilizar o bicarbonato de sódio e o chá verde. Outro objetivo do uso do enxaguante bucal é a redução do mal hálito. Chá verde e gengibre funcionam super bem. Faça seu enxaguante da seguinte forma: prepare 1 xícara de chá verde, adicione 1 colher de chá de bicarbonato de sódio e 1/2 colher de chá de gengibre em pó. Guarde em um recipiente (dura por 15 dias) e use para bochechar pelo menos duas vezes ao dia.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/