Efeitos da sucralose no organismo

A sucralose é um edulcorante (adoçante) artificial. Foi aprovado para uso nos alimentos nos Estados Unidos, pelo FDA, e no Brasil, pela ANVISA. Apesar de ser considerada segura por tais órgãos, existem evidências de que a 1,6-dicloro-1,6dideoxi-beta-D-frutofuranosil1,4-cloro-4-deoxi-alfa-d-galactopiranosídeo pode trazer malefícios à saúde, devendo ser mais estudada. Um estudo de 2016 divulgou que a mesma aumenta o risco de leucemia em ratos. Outros estudos já apontavam maior risco de mutações com o uso do adoçante, além de maior número de casos de enxaqueca (Grotz, 2008).

A sucralose também aumenta a absorção de outros carboidratos consumidos na dieta e promove resistência à insulina, fator de risco para o diabetes, doenças coronarianas e derrame cerebral. A indústria alega que tais efeitos não são possíveis uma vez que a sucralose não é absorvida pelo organismo.

Contudo, a sucralose afeta a microbiota intestinal. A sucralose e outros adoçantes artificiais como aspartame e sacarina causam disbiose intestinal. A redução do número de bactérias boas e o aumento das bactérias ruins provoca inflamação sistêmica e elevação dos níveis de glicose circulantes. Mesmo pequenas quantidades de adoçantes podem provocar mudanças na flora intestinal. Estas mudanças podem aumentar a incidência de doenças inflamatórias intestinais, como mostrado em estudo do Canadá, primeiro país do mundo a ter liberado a sucralose. Na China, a aprovação do uso da sucralose foi acompanhada por um aumento de 12 vezes na incidência de doenças inflamatórias intestinais em crianças.

A boa notícia é que a eliminação do consumo de adoçantes restaura a microbiota intestinal em poucas semanas. Portanto, passe longe de produtos dietéticos, como refrigerantes, chicletes, iogurtes e uma série de alimentos industrializados voltados para a estética (shakes emagrecedores, balas de colágeno) e esporte (whey protein, por exemplo). 

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Não compre suplementos antes de conversar com seu nutricionista

Suplementos podem ser muito úteis, em várias situações. Ômega-3 para os que não consomem peixes e outras fontes deste importante ácido graxo, probióticos para desequilíbrios da flora intestinal, vitamina B12 para veganos, aminoácidos específicos para tratamento da depressão, são exemplos de recomendações que nutricionistas fazem após adequarem a dieta de seus clientes. Recomendam a quantidade adequada, o horário e o tipo de formulação/manipulação com melhor absorção e melhor custo-benefício. Também existem produtos prontos bem interessantes, mas a maioria não é!

Se você for a uma loja de suplementos dizendo que está malhando e quer uma recomendação, sairá de lá com 10 produtos desnecessários na sua rotina de exercícios, na sua dieta e também para sua conta bancária. O mesmo acontece na indústria da estética e emagrecimento.
Existe por aí uma quantidade grande de produtos que parecem maravilhosos mas que confundem muita gente. Estes da foto tem como primeiro ingrediente a maltodextrina (um açúcar). Você está tomando para quê mesmo? Correr?

A indústria (não é exclusividade dessa no exemplo da foto), o vende como um produto para “detox”, ou seja para facilitar a eliminação de toxinas. A desintoxicação acontece o dia inteiro no organismo. Para essa eliminação precisamos de uma série de aminoácidos, vitaminas e minerais que transformam um composto indesejável em algo que possa ser eliminado. Assim, durante todo o dia você precisa entregar ao seu organismo nutrientes do bem (daí a psicopatia dos nutricionistas te mandando comer de 2 em 2 ou 3 em 3h). Será que um suco industrializado, com açúcar, acidulante, antiumectante, edulcorante (adoçante), corante é o melhor para isso? Converse com um bom profissional!

Você vai economizar dinheiro comendo de forma muito mais saudável, sem precisar recorrer ao que não precisa. Quer mais? Vá lá no site da herbalife e procure pelos shakes famosos da marca. Leia a lista de ingredientes: frutose + açúcar caramelizado + maltodextrina misturados com proteínas, vitaminas, minerais, corantes, conservantes, aromatizantes, antiumectantes, adoçantes e fibras. Saudável mesmo é aquilo que todo mundo já sabe: frutas, verduras, castanhas, sementes, cereais integrais, tubérculos…

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Por quê trocar açúcar por adoçante não resolve?

Quando os adoçantes surgiram muita gente pensou que o problema do excesso de peso estaria resolvido. Tudo estava liberado, bolo, doce, suco, chá, refrigerante, contanto que não houvesse açúcar. Décadas depois a obesidade só aumentou no mundo todo. 

Hoje sabemos que adoçante não é solução para a perda de peso. Observe se quando toma refrigerante diet ou light não fica com mais fome momentos depois. Isso acontece porque nossa língua e intestino são cheios de receptores para o sabor doce. Quando eles são ativados pelo adoçante nosso corpo se prepara e produz insulina. Mas sem a chegada da glicose na corrente sanguínea é comum a hipoglicemia já que a pequena quantidade de açúcar que estava na corrente sanguínea entra nas células. Nesta situação sintomas como cansaço, irritabilidade são comuns. E a compulsão alimentar aparece nos obrigando a consumir mais alimentos calóricos.

Isso é fácil de entender já que nosso corpo precisa de calorias para fazer tudo funcionar. O #coração precisa bater, os rins precisam filtrar, as glândulas precisam produzir hormônios, as células precisam se reparar e o cérebro também precisa de energia para comandar tudo isso. 

As calorias vindas dos alimentos aumentam a produção de dopamina no cérebro, o que gera uma sensação de bem estar. Estudo publicado este mês na prestigiada revista Nature mostrou que o mesmo não acontece quando o açúcar é substituído pelos adoçantes (Tellez et al., 2016). Na falta de energia o cérebro continuará buscando açúcar. Isto não quer dizer que você pode abusar do açúcar. Ele é responsável por seus próprios males à saúde. O que isso quer dizer é que dietas com baixas calorias e cheias de adoçantes não funcionam. Passar fome deixa a maioria das pessoas mais compulsivas e procurando nos armários e na na geladeira alimentos em geral nada saudáveis.

A solução?

Sempre a mesma: inclua mais verduras, frutas, tubérculos, proteínas de boa qualidade e castanhas em suas refeições.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/