Maconha medicinal no tratamento da epilepsia, esclerose múltipla e dor crônica

O uso de cannabis para tratar epilepsia e outras condições neurológicas tem sido estudado há vários anos. Vários de meus pacientes fazem o uso de medicamentos para controle das convulsões, prescritas pelo neuro, incluindo mais recentemente a maconha medicinal.

A maconha é o nome popular da planta Cannabis. A palavra geralmente refere-se às folhas e flores da planta fêmea. A Cannabis medicinal é produzida a partir da planta inteira ou da extração de alguns de seus compostos (como os canabinóides CBD e THC).

O THC é o Tetra-hidrocanabinol, substância que causa os efeitos psicoativos, relaxamento, sonolência, fome, mudança geral na percepção, mudanças de humor, boca seca, e uma sensação de estar "chapado" O CBD ou canabidiol não causa efeitos psicoativos e é a principal substância responsável pela redução das convulsões em algumas pessoas com epilepsia (Stockings et al., 2018; Pamplona et al., 2018).

Estudos feitos nos Estados Unidos, mostraram que medicamentos como o Epidiolex (para convulsões) e o Sativex (para esclerose múltipla) - formulações de CBD purificado da planta de cannabis - reduzem as convulsões em aproximadamente 39% na síndrome de Dravet. Também reduzem a espasticidade, contração muscular involuntária dos membros e tronco, em relação ao placebo, nos pacientes com esclerose múltipla.

No alívio da dor, pesquisas apresentam resultados bastantes distintos. Isto acontece pois existem vários tipos de dor (neuropática, aguda, central), que não respondem às medicações da mesma forma. Mesmo assim, venho fazendo uso do CBD e tenho tido resultados interessantes. Falo mais sobre o tema neste vídeo.

Obviamente, qualquer medicamento ou suplemento que esteja sendo considerado para uso como tratamento deve primeiro ser discutido com seu médico. O potencial de benefício, bem como a interação com outros medicamentos para convulsões e possíveis efeitos colaterais, requerem uma revisão cuidadosa. Além de não funcionar em todos os casos, existem relatos de alterações na função hepática, sedação e letargia, que devem ser acompanhados.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/