Inhame: alternativa de reposição hormonal para mulheres na perimenopausa e menopausa

Se você mulher viver muito, chegará à menopausa. Mas não espere sentada. Quando a mulher prepara-se chega à esta fase com saúde, vigor e sofre muito menos com os possíveis sintomas. Aí sobra tempo e vitalidade para curtir a vida, a família, para viajar, trabalhar, aproveitar os amigos e sem a preocupação de engravidar!

Como tudo acontece?

Hormônios são substâncias que carregam mensagens de um lugar para outro no corpo. Os hormônios sexuais femininos permitem o adequado funcionamento de todo o ciclo reprodutivo. Estrógeno e progesterona, produzidos principalmente pelos ovários durante a vida reprodutiva, e hormônio folículo-estimulante (FSH), produzido pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro, são os 3 principais e variam durante as fases da vida da mulher.

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Quando os níveis de estrógeno atingem determinados valores, o hipotálamo (localizado no cérebro) inicia a secreção do hormônio luteinizante (LH). Quando ocorre o pico de LH, o ovário libera o óvulo. O folículo ovariano se transforma no corpo lúteo, responsável pela produção de progesterona. Os hormônios promovem o desenvolvimento da mucosa uterina, preparando o órgão para uma possível gestação. Quando não ocorre fecundação, a produção hormonal diminui. Quando os níveis de progesterona caem até determinados valores, ocorre a menstruação (descamação da mucosa uterina). Os níveis reduzidos de estrógeno e progesterona são responsáveis pela produção do FSH, reiniciando o ciclo menstrual.

Com o passar dos anos, a quantidade de óvulos diminui e os níveis hormonais começam a variar. Inicia-se a perimenopausa, período caracterizado pela diminuição na produção de hormônios pelos ovários. Aparecem então sintomas como as irregularidades menstruais, ressecamento vaginal, aumento da sensibilidade mamária, alterações do peso corporal, fogachos (ondas de calor), distúrbios do sono (especialmente insônia), perda urinária involuntária, queda de cabelo, ressecamento e perda de elasticidade da pele, fadiga, alterações de humor, déficit de memória, dificuldade em lidar com o estresse, diminuição da libido e redução da capacidade de concentração. Estes sintomas podem começar e se manter por até 10 anos antes da última menstruação.

A chegada da menopausa

A menopausa é o momento na vida de maior parte das mulheres em que a menstruação cessa de forma permanente. Ocorre geralmente entre os 49 e 52 anos de idade, idade em que a mulher deixa de conseguir engravidar. Muitos profissionais definem menopausa como a situação em que a mulher não apresenta qualquer hemorragia vaginal durante pelo menos um ano.

Após a menopausa, a produção de estrógeno nos ovários apresenta-se reduzida. Pequenas quantidades desse hormônio continuam sendo produzidas pelo tecido adiposo. Essa redução nos níveis de estrógeno aumentam o risco de osteoporose, depressão e doenças cardíacas. A reposição hormonal é uma das estragégias para a redução das chances de ocorrência destas doenças.

A testosterona também é produzida pelos ovários nas mulheres, assim como pelas glândulas adrenais e outros tecidos. É um dos responsáveis pelo estirão do crescimento observado na adolescência. Durante a menopausa, a produção de testosterona pode diminuir pela metade, contribuindo para os fogachos e queda na libido. A reposição de testosterona pode ser associada à terapia de reposição hormonal tradicional.

Fazer ou não reposição hormonal?

Em geral, a reposição de hormônios inicia-se por volta dos 50 anos, caso os sintomas estejam comprometendo a qualidade de vida da mulher. No entanto, a reposição hormonal pode aumentar o risco de doença coronariana, infarto, embolismo pulmonar e câncer de mama. Além disso, existem contraindicações para a utilização desses hormônios, incluindo presença de doença hepática, câncer de mama, câncer de endométrio, doença trombótica, lúpus, doença coronariana. Os riscos aumentam se a mulher perde a janela de oportunidade para o uso hormonal. Por isso, outros compostos e fitoterápicos são investigados como opções, como os fitoestrógenos do inhame.

O inhame é ótima fonte de diosgenina, substância que tem a estrutura similar aos estrógenos humanos e que é utilizada como matéria-prima para fabricação de pílulas anticoncepcionais. Resultados de estudos científicos mostram que a ingestão do inhame pode levar à melhoria dos sintomas da peri-menopausa e menopausa. A ingestão regular do inhame reduz a perda óssea, ajuda a reduzir os triglicerídos, aumentar o HDL-C (“colesterol bom”) e a atividade antioxidante corporal. O consumo de inhame por 30 dias contribui para a elevação dos níveis de estrógenos e redução da sintomatologia apresentada.

O inhame da espécie Dioscorea é fonte de carboidratos, carotenos, vitamina C, aminoácidos essenciais, tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2) e niacina (vitamina B3). Também contém saponinas e sapogeninas, que têm estrutura química muito semelhante à dos nossos hormônios sexuais, fator responsável pelo efeito benéfico em relação ao perfil hormonal da mulher.

O inhame também pode ser usado na forma de extrato, em cápsulas. Contudo, existem poucos ensaios clínicos avaliando o efeito do inhame selvagem e seu extrato nos sintomas da menopausa e sua eficácia em relação ao alimento in natura. Existem também preparados de cremes a base de inhame selvagem. Um dos mais vendidos na Europa é o wild yam cream, da empresa alemã Vitabay, com 80% de extrato de inhame silvestre e 64% de diosgenina. Porém, ainda não existem estudos que demostrem a eficácia do uso do creme na redução de sintomas como calor e suores noturnos.

Atualmente contra indica-se tanto o extrato quanto os cremes para mulheres que tenham ou que tiveram câncer de mama ou miomas uterinos. Teoriza-se que o inhame selvagem influencie a produção de estrogênio, agravando o problema. Também não há evidências suficientes sobre a segurança do extrato e do creme de inhame selvagem durante a gravidez, amamentação ou para crianças pequenas.

Independentemente da terapêutica escolhida (reposição hormonal tradicional, consumo de inhame, uso de suplementos, cremes ou outros), esta deve ser associada a um estilo de vida saudável, fundamental para a preservação da saúde e redução do risco de doenças. Práticas de yoga, meditação, atividade com pesos, alimentação saudável, redução da ingestão de álcool, merecem detaque pois comprovadamente contribuem para maior equilíbrio e desempenho (físico, emocional e cognitivo) na perimenopausa, menopausa e pós-menopausa.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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