Por que associamos o amor ao coração?

Ninguém sabe exatamente o por quê do coração ter se tornado o símbolo do amor, mas existem algumas teorias. Uma delas é que a forma do coração vem da forma das folhas de uma planta agora extinta chamada silphium, que era considerada um afrodisíaco na época dos romanos. Outra teoria é que São Valentim usou o símbolo ao organizar casamentos secretos. Outra é que era simplesmente uma suposição de como era o coração humano.

As pessoas também podem associar parcialmente o coração a emoções fortes como o amor, porque quando ficamos empolgados ao ver alguém, nosso coração bate mais rápido. Não estamos realmente cientes do que está acontecendo em nosso cérebro. Mas é lá que tudo começa, na verdade.

O cérebro e o amor

  • Feniletilamina - fornece sensação de bem estar e acelera o fluxo de informações entre os neurônios. É liberado quando olhamos ou tocamos uma pessoa que gostamos.

  • Dopamina - tem alta liberação nas relações amorosas e sexuais.

  • Adrenalina e noradrenalina - aumentam o fluxo sanguíneo, a respiração, os batimentos cardíacos, dilatam as pupilas, nos deixam meio tontas. Podem levar à redução do apetite e à insônio.

  • Serotonina - associada ao apetite e humor. Associada a pensamentos obsessivos e sonhar acordado.

Com o passar do tempo o organismo vai se acostumando e precisando de doses maiores para ter o mesmo efeito. É aí que entram os hormônios ocitocina e vasopressina, responsáveis pela atração. Fazem a paixão virar amor.

Entenda mais sobre o cérebro em https://www.t21.video

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Alimentos que afetam os níveis de testosterona

ABAAAf6IMAG-124.gif

A testosterona é um hormônio produzido nos testículos dos homens e, em muito menor quantidade, nos ovários e adrenais das mulheres. São várias as funções deste que é considerado um dos elixires da juventude: aumento da libido, manutenção de altos níveis de energia, proteção dos ossos, preservação da função mental, ganho de massa magra e força. 

Com o envelhecimento das glândulas, os níveis de testosterona começam a cair e os efeitos são rapidamente observados: aumento da circunferência abdominal, redução da massa muscular, menor disposição e resistência, física, prejuízo da memória, queda do apetite sexual e da contagem de espermatozóides, redução da densidade óssea e depressão.

Testosterona 3.png

Isto ocorre porque há um aumento da enzima aromatase, que leva a uma diminuição simultânea nos níveis de
testosterona e aumento nos níveis de estradiol e estrogênio. Ou seja, o hormônio sexual feminino aumenta e o masculino diminui. Com isso cai a libido e o acúmulo de gordura.  Quanto maior for a gordura acumulada na região abdominal maior é o aumento da aromatase, aumentando o risco de disfunções eréteis e também de certos tipos de câncer, como o de próstata nos homens e mama nas mulheres.

O que diminui ainda mais os níveis de testosterona?

Precisamos cuidar do meio ambiente. Se o solo ou a água estão contaminados acabamos consumindo por meio dos alimentos substâncias que mexem com a produção hormonal. Por exemplo, estudos mostram que homens que consomem peixes contaminados apresentam mais compostos clorados (PCBs) no sangue, o que contribui para a redução da testosterona. Alimentos de origem animal possuem mais PCBs do que alimentos de origem vegetal. Nas crianças, esses poluentes podem realmente prejudicar o desenvolvimento sexual.

O álcool inibe o sistema enzimático P430 do fígado, que é responsável, entre muitas outras coisas, pela eliminação do excesso de estrogênio. O desequilíbrio entre as concentrações de estrogênio e testosterona geram ginecomastia (aumento das mamas  nos homens), queda do desejo sexual e maior risco de disfunção erétil.

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

Aumentam a testosterona

Movimento - Exercícios físicos são muito importantes durante toda a vida. E quanto mais vigorosos melhor, pois conforme envelhecemos, contribuem para aumentar os níveis de testosterona em até 20%. 

A produção de testosterona depende de um bom estado nutricional, do consumo adequado de calorias e gorduras boas, além do aporte de nutrientes como zinco, magnésio, vitamina B6, vitamina B9, vitamina C, vitamina K, vitamina D e carnitina. 

Zinco - A deficiência de zinco diminui os níveis de testosterona em até 75%. Este mineral é essencial para o funcionamento de mais de 300 enzimas, sendo importante para a produção de testosterona. A suplementação de zinco pode ser recomendada em caso de deficiência deste mineral no organismo. A necessidade fica em torno de 15 mg por dia. Boas fontes de zinco incluem: ostras (6 unidades = 76,3 mg de Zn), peru cozido (85 g = 3,8 mg de Zn), feijões cozidos (1/2 xícara = 1,8 mg de Zn). 

  • Vitamina B9 - A deficiência de ácido fólico também reduz os níveis de testosterona circulante. O consumo de álcool é um dos fatores que aceleram a perda de B9 do organismo, por isto, a restrição da bebida pode ser necessária para o aumento da testosterona livre. Alimentos esverdeados costumam ser ótimas fontes de ácido fólico. Exemplos: ½ xícara de lentilha cozida (179 mcg), ½ xícara de espinafre cozido (132 mcg); 6 talos de aspargos (134 mcg). O ideal é o consumo de pelo menos 400 mcg de ácido fólico ao dia.

  • Vitamina B6 (piridoxina) - Regula hormônios sexuais, inibindo a secreção exagerada de estrogênio e prolactina, aumentando a testosterona. A vitamina B6 também é importante para a síntese de dopamina, hormônio que influencia a produção de testosterona. A dieta deve fornecer pelo menos 2 mg de vitamina B6 ao dia. Algumas fontes incluem: 1 banana média (0,43 mg), 1 copo de suco verde (0,26 mg), 85 gramas de frango (0,51 mg).

  • Vitamina K - Sua deficiência reduz a produção de testosterona. Além disso, a vitamina K regula a coagulação sanguínea, diminuindo o risco de hemorragias, protege contra pedras nos rins, mantém os ossos sadios e regula o crescimento celular. Fontes: 1 xícara de couve picada (547 mcg), 1 xícara de espinafre cru (299 mcg), 1 xícara de brócolis cru picado (220 mcg). Necessidade: 10 a 20 mcg. Outras boas fontes são salsa, repolho, agrião e soja.

  • Carnitina - Este aminoácido, presente em alimentos de origem animal, aumenta a dopamina, que esta diretamente relacionada aos níveis de testosterona. A suplementação de carnitina tem sido associada a aumento do desejo e da satisfação sexual e da tumescência peniana. Quantidade de carnitina em 100 gramas de alimentos: carne vermelha (95 mg), frango (3,7 mg), leite integral (3,3 mg), abacate (2 mg).

  • Magnésio - Torna a testosterona mais disponível e ativa no corpo. Já a deficiência deste mineral pode diminuir os níveis de testosterona em 26%, além de piorar a sensibilidade à insulina e prejudicar o reparo celular. O magnésio está presente na estrutura da clorofila. Por isto, vegetais verdes costumam ser boas fontes deste nutriente, que está presente também em frutas, grãos integrais, castanhas e soja. O consumo recomendado é de cerca de 420 mg ao dia. Quantidades em alguns alimentos: 23 amêndoas (78 mg), ½ xícara de feijão cozido (63 mg), ½ xícara de acelga cozida (78 mg).

  • Vitamina D - Regula a síntese de testosterona. Os alimentos não são boas fontes de vitamina D, por isso a exposição ao sol é importante, já que os raios solares estimulam a produção deste nutriente na pele. Nos alimentos a vitamina D é encontrada no salmão (95g = 530 UI de Vit. D), sardinha (85g = 231 UI) e leite integral fortificado (250 ml = 98 UI).

  • Vitamina C - O ácido ascórbico reduz as quantidades de cortisol no corpo. Este hormônio do estresse diminui a produção de testosterona. Por isto, capriche no consumo de frutas cítricas e vegetais ricos em vitamina C, que além de tudo irá desinflamar a próstata, protegendo-a contra o câncer. A dieta deve conter pelo menos 100 mg de vitamina C ao dia. Boas fontes incluem (em 100 gramas): acerola (1.677 mg), pimentão (190 mg), goiaba (184 mg), kiwi (98 mg), brócolis cozido (74 mg), maracujá (70 mg), laranja (53 mg). Fosfatidilserina (presente em atum, vegetais verdes escuros e arroz integral) e whey protein também diminuem o cortisol. Já cafeína, álcool, sal e glúten aumentam esse hormônio, especialmente em indivíduos mais sensíveis a estas substâncias.

  • Suplementação de D-chiro inositol - Estudos preliminares mostram que o D-chiro inositol atua como um modulador da aromatase. Quando esta enzima está em excesso no corpo derruba os níveis de testosterona e aumenta o estrogênio. A vantagem do D-chiro inositol parece ser aumentar a testosterona sem desregular outros hormônios. Quando há aumento de testosterona às custas de redução de outros o risco de osteoporose pode aumentar (Monastra et al., 2021).

Para aumentar a disponibilidade da testosterona e reduzir os níveis de estrogênios, algumas estratégias nutricionais de suplementação são eficazes:

  • Crisina: Este flavonóide está presente em plantas como a Passiflora coerula (maracujá). O composto inibe a enzima aromatase, responsável pela conversão de testosterona no hormônio sexual feminino estrogênio. O nutricionista deverá associar a crisina à piperina, aumentando a testosterona biodisponível em 30 dias. A crisina não deve ser usada por pessoas com hipotireoidismo ou síndrome de Hashimoto pois pode desacelerar ainda mais o metabolismo.

  • Tribulus terrestres: Erva originária da Ásia, tem como principal composto ativo a protodioscina, a qual poderia aumentar a testosterona, porém os estudos na área são inconclusivos.

  • Maca peruana: Tubérculo originário da Cordilheira dos Andes, é uma planta conhecida por melhorar a libido, aumentar a produção e motilidade de espermatozoides e reduzir o tamanho da próstata em indivíduos com hiperplasia prostática benigna. 

  • Marapuama: Vegetal conhecido por melhorar a capacidade de circulação sanguínea, aumentar a capacidade de atingir a ereção e intensificar o desejo sexual. Porém não é indicada para hipertensos ou cardíacos.

  • Mucuna pruriens: esta planta popular na Índia é frequente acrescentada à suplementos que visam hipertrofia e tratamento de disfunções sexuais. O uso da mucoma aumenta L-Dopa, substância precursora da dopamina. Este neurotransmissor é fundamental para sentirmos prazer e euforia. Dopamina e testosterona possuem uma relação próxima. Quando os níveis de testosterona aumentam, os níveis de dopamina vão atrás. E vice-versa.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags

Dietas restritivas vão acabar com sua tireóide!

As férias de verão estão chegando e muita gente se desespera para emagrecer. Aí voltam à moda a dieta do suco, da melancia, da sopa, da proteína, do shake, das 500 kcal. As revistas ganham um monte de dinheiro com manchetes como: "perca 10 kg em 1 mês". E você sabe bem que nada disso vai funcionar então caia fora! Dietas super restritivas causam vários desequilíbrios no organismo, como a inibição da enzima da tireóide deiodinase 2, cuja principal função é converter o hormônio T4 (tiroxina) em T3 (triiodotironina), que é fundamental para a queima de gordura e para o emagrecimento. Mas quanto maior é a restrição de calorias e carboidratos na dieta menos T3 será produzido, o que desacelera o metabolismo e acaba com as chances de emagrecimento. E você já deve ter visto isto, gente que não come nada e também não emagrece nada!

Se você fizer um exame de sangue, a concentração de T3 estará baixinha, claro. A solução? Comer mais. Se não voltar a comer não emagrecerá. E o pior, se entregar seus exames a um profissional de saúde inexperiente ele te receitará T3. E olha que loucura: o uso de T3 exógeno em altas doses (na forma de medicação) vai inibir sua tireóide. O provável é que ela nunca mais volte a produzir T3 e você ficará dependente da medicação até para conseguir manter o peso atual... Este uso do T3 também pode causar perda de massa magra e óssea e arritmias cardíacas.

Quer naturalmente estimular a conversão de T4 em T3? Aumente o consumo de calorias, carboidratos (aveia, arroz integral, batata doce, frutas) e selênio, presente em grande quantidade na castanha do Brasil. 

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/