Altas temperaturas e a formação de toxinas (acroleína, acrilamida, aldeídos) - saiba como progeger-se

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De forma geral, qualquer alimento queimado, como vegetais, carnes, café, entre outros, podem apresentar acrilamida, aldeídos e acroleína. O consumo habitual destes alimentos queimados, fritos ou grelhados a altas temperaturas (como batata, nuggets, carnes defumadas, pastel, churrasco), segundo estudos, apresentam relação com malefícios a saúde, como a disfunção mitocondrial e o aumento do risco de câncer.

Compostos tóxicos na fumaça do cigarro (Papoušek et al., 2014)

Compostos tóxicos na fumaça do cigarro (Papoušek et al., 2014)

Estas substâncias são formadas também no processo de combustão do cigarro, que além de câncer, aumenta o risco de problemas pulmonares e cardiovasculares.

A acrilamida é produzida quando há combinação entre carboidrato, proteína e alta temperatura (acima de 120oC).

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COMO PROTEGER-SE?

As mais importantes estratégias são não fumar e evitar o consumo de frituras. Quanto maior é a dose de frituras na dieta mais toxinas estará entrando em contato com suas células e maior será a toxicidade. Mas podemos de vez em quando? Sim, o consumo eventual e em pequenas doses faz com que o corpo aprenda a defender-se. Este é um conceito chamado de hormese, que leva a uma adaptação gradual do corpo (Sthijns et al., 2014). Além disso, o efeito no corpo dependerá da quantidade de glutationa que está disponível no corpo.

Para produzir glutationa você precisa consumir alimentos ricos em cisteína, aminoácido rico em enxofre (como brócolis, couve, repolho, couve-flor, agrião, rúcula, alho, cebola). Pessoas com carências de determinados nutrientes podem ter dificuldade de produzir glutationa. Neste caso, um nutricionista pode sugerir suplementação adequada (incluindo B9, B12, B2, vitamina E, ômega-3, magnésio e selênio.

Há muito mais que podemos fazer para protegermos nossas células e DNA. A glutationa também está presente em alguns alimentos crus (mas não necessariamente nos cozidos). O consumo adequado de frutas e verduras (pelo menos 400g ao dia) e condimentos ricos em substâncias protetoras, reduz o impacto negativo destas toxinas em nosso organismo.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Como frutas e verduras combatem a inflamação e o estresse oxidativo?

Pesquisas mostram que o consumo adequado (pelo menos 400 gramas ao dia) de frutas e verduras reduz o risco de uma série de doenças crônicas, como diabetes, câncer, Alzheimer e problemas cardíacos. Hortaliças e frutas são ricas em água, fibras, vitaminas e minerais. Além disso, possuem flavonóides que reduzem a expressão do NF -kB e aumentam a expressão de vias antioxidantes, incluindo a do Nrf2. Vamos hoje conversar sobre esta via.

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O Nrf2 vai ao núcleo e sinaliza a necessidade da produção de substâncias antioxidantes. Brássicas (couve, repolho, brócolis, nabo) são ricas em glicosinolatos, compostos fenólicos que aumentam o Nrf2 nas células. Outra forma de estimular o Nrf2 é pelo consumo de quercetina (Sun et al., 2015). A quercetina está presente em alimentos como alcaparras, pimentão amarelo, trigo sarraceno, cebola, maçã com casca, uvas vermelhas e cerejas. Já o alho contém alicina e aliina, as frutas vermelhas, roxas e pretas contém flavonóides como antocianidinas que também estimulam o Nrf2. Existem muitos trabalhos com ervas e especiarias, que contém compostos fenólicos e terpenóides que aumentam Nrf2.

Uma última forma de aumentar a produção de Nrf2, acelerar a produção de enzimas da fase 2 da destoxificação e queimar mais gordura é praticar atividade física em jejum.

Outras estratégias importantes para o combate à inflamação:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/