Gordura trans na alimentação da mãe passa para o bebê pelo leite materno

A gordura hidrogenada (também conhecida como gordura trans) está presente em grande quantidade em alimentos ultraprocessados, como massas de tortas, massas folhadas, salgadinhos, bolos, bolachas e sorvetes industrializados, margarina, pipoca de microondas, pizza congelada e alimentos tipo fast food.

A gordura hidrogenada é mais estável e, por isso, os alimentos acabam durando mais. Esse é um dos motivos pelos quais o bolo que você faz em casa estraga rápido e o bolo empacotado dura muito mais. O problema é que o consumo de gordura trans tem sido associado a alterações negativas nas lipoproteínas (como LDL e VLDL), gera inflamação sistêmica, aumenta o risco de doença coronariana e diabetes mellitus. Evidências de processos que levam a essas condições também foram encontradas em crianças.

Os hábitos e preferências alimentares são estabelecidos na primeira infância. O leite materno tem diferentes sabores, dependendo do que a mãe come. Mães com dietas mais variadas e coloridas já estão preparando o bebê para maior aceitação de alimentos saudáveis.

Vários estudos mostram que a gordura trans pode prejudicar a saúde do bebê durante a gestação, e também, nos primeiros meses de vida, tornando-o mais suscetível à várias doenças. Ou seja, podendo deixar sequelas por toda a vida. Por exemplo, estudo mostrou que dieta materna rica em gordura trans aumenta o risco de obesidade na criança (Anderson, McDougald, & Steiner-Asiedu, 2010). Por isso, para toda mamãe: dieta muito saudável!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

A influência da alimentação no sono do bebê

O parto vaginal e o aleitamento materno reduzem o risco de alergias alimentares e inflamação no bebê. Contudo, a genética, também influencia o desenvolvimento de alergia, assim como o que a gestante consumiu e suplementou.

A suplementação de ômega-3 na gestação reduz o risco de parto prematuro, um fator de risco para alterações imunológicas. O ômega-3 na gestação e lactação também o risco de alergias. Isso é muito importante, especialmente quando o bebê possui pais alérgicos. A alimentação da gestante deve ser diversificada. Quando os alimentos se repetem e não há diversidade, a flora intestinal fica menos variada e, por conseguinte, a do bebê também, o que é outro fator de risco para alergias.

Alergias pioram o sono

O aleitamento é um promotor do sono. Porém, alguns pais acreditam que se o bebê acorda logo é porque o leite é fraco. Não é nada disso. O que acontece é que o leite materno possui proteínas de fácil digestibilidade para o bebê. Já o leite animal e as fórmulas para bebês podem demorar mais tempo a serem digeridas. Por isso, o bebê amamentado acorda mais vezes no início. Mas essa diferença desaparece até os 9 meses de vida. A maioria dos bebês dorme a noite toda a partir desta idade.

Não existe um alimento único para o bebê dormir melhor. Claro, se a criança estiver cheia de alergias, pode apresentar edema de vias aéreas, o que dificultará a respiração. Por isso, o ideal dos mundos é o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida.

Se o seu filho conta com problemas para dormir consulte um pediatra. Alterações no ambiente ou na rotina, ansiedade de separação, desequilíbrios nutricionais, alergias e doenças podem interferir no sono. Crianças que consomem precocemente leite de vaca, farinha de trigo, bebidas com cafeína, alimentos com corantes ou açúcares também podem ficar com o sono mais atrapalhado. Alimentos com triptofano, precursor de serotonina e melatonina devem ser incluídos na introdução alimentar. Banana, nozes, couve são exemplos de fontes de triptofano.

Existe um remédio para o bebê dormir melhor?

Não preocupe-se: seu bebê vai dormir. Mas ajustes podem levar tempo. Crianças raramente precisam de medicamentos. Mesmo aqueles com diagnóstico de hiperatividade ou autismo não costumam precisar de remédios para dormir. Mas tudo deve ser individualizado. Aconselhe-se com bons profissionais.

Não existem estudos sobre os benefícios ou malefícios do uso de melatonina em bebês. A melatonina é um hormônio com sua produção regulada pelo ciclo circadiano. Esta produção inicia-se por volta das 19 horas, quando começa a escurecer. Por isto, neste horário, vá diminuindo as luzes da casa, apague a TV, evite ficar no celular, não deixe seu bebê no tablet. Esses aparelhos liberam luz azul que bloqueia a liberação da melatonina.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta cetogênica é opção para a mulher que amamenta?

O aleitamento materno oferece benefícios tanto para a mãe quanto para seu bebê. Para que o aleitamento seja efetivo a mulher precisa de apoio e incentivo da família e dos profissionais de saúde e precisa ser educada no período pré-natal sobre os benefícios da prática.

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Vantagens para a mãe:

  • Reduz a incidência de câncer de mama

  • Reduz a incidência de diabetes

  • Protege a mulher contra a osteoporose

  • Aumenta o Vínculo entre a mãe e seu bebê

Vantagens para o bebê:

  • Reduz a incidência de doenças alérgicas, como alergias alimentares e asma

  • Reduz a ocorrência de diarréia

  • Reduz o número de internações hospitalares

  • Reduz a ocorrência de otite média

  • Previne obesidade futura

  • Reduz a ocorrência de infecções respiratórias

Quando a mulher recebe incentivos como intervenções e ajuda da instituição onde ocorreu o parto, visitas domiciliares de qualidade ou apoio do banco de leite ou instituições hospitalares (principalmente na primeira semana pós-parto) o aleitamento é facilitado. Após o quarto mês incentivos do local de trabalho são muito importantes para que a mulher continue amamentando. Além disso, ela precisa sentir-se emocionalmente apta, além de estar em boa saúde.

Após o nascimento do bebê as mulheres desejam voltar ao peso anterior à gravidez e podem querer adotar dietas hipocalóricas ou práticas como a dieta cetogênica. Contudo, esta não é indicada no período de amamentação. Para fabricar leite materno a mulher precisa de calorias, deve consumir uma dieta variada, natural, com frutas, verduras, cereais, leguminosas, fontes de proteína animais ou vegetais. O leite materno contém lactose (um tipo de açúcar), cerca de 30g ao dia. Assim, a dieta da lactante não precisa restringir carboidratos.

O aleitamento materno estimula a produção do hormônio prolactina, que por sua vez estimula a enzima que promove a diminuição do tecido adiposo (gordura). Adicionalmente a própria lactação também promove um gasto de calorias extra. O que a gestante não precisa é de doces e alimentos ultraprocessados. Uma dieta balanceada gera a perda de peso naturalmente, especialmente nos primeiros 3 a 4 meses de aleitamento. Para adaptação de sua dieta marque uma consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/