Gordura saturada faz mal?

Quanta gordura pode ser incluída em uma dieta saudável? Como evitar as gorduras trans? Os ácidos graxos ômega 3 são realmente bons para o coração? Estas questões, comuns entre consumidores geram muita polêmica, mesmo entre profissionais de saúde. Em 2007 as associações americana e canadense de nutricionistas divulgaram um documento denominado Dietary Fatty Acids.

O documento colocava que, entre 20 e 30% das necessidades energéticas deveriam ser supridas por gordura. Porém, uma vez que óleos e gorduras são ricos em calorias (fornecem 9 calorias em uma grama) as porções deveriam ser limitadas a fim de evitar o ganho de peso.

O tipo de gordura na dieta também é muito importante. As escolhas mais saudáveis são foram consideradas as gorduras insaturadas presentes em óleos vegetais, nozes e castanhas, e o ômega-3 presente nos frutos do mar e na linhaça. Gorduras saturadas (presentes em produtos de origem animal) e gorduras trans (comuns nos alimentos industrializados) deveriam ser evitadas.

As duas associações recomendam ainda uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais, leguminosas, nozes e castanhas. Indicava que o consumo de carnes deveria ser reduzido e que as escolhas devem recair sobre os cortes magros. Os laticínios deveriam ser desnatados e o consumo de peixes deveria aumentar. Além disso recomenda a retirada das gorduras hidrogenadas (trans) da dieta.

De lá para cá algumas coisas mudaram. Ficou claro que realmente gorduras trans são grandes vilãs (Kavanagh et al., 2012; Okamura et al., 2021). Contudo, gorduras saturadas provenientes de laticínios integrais (incluindo manteiga) são menos prejudiciais do que gorduras poliinsaturadas do tipo ômega-6, proveniente do óleo de soja, milho e canola. Ácidos graxos ômega-6 são facilmente atacados por radicais livres, oxidados (perdem elétrons) e geram grandes estragos. Especialmente se a dieta for pobre em antioxidantes e em ômega-3.

O medo que muita gente tem da gordura saturada levou à exclusão de carnes, queijos e manteiga da dieta de muitos. Estes alimentos foram substituídos por pães, biscoitos, cereais matinais, margarinas. Os triglicerídeos aumentaram, os níveis de insulina, a hipertensão explodiu e o o risco de um infarto ou derrame também.

Não tenha medo das gorduras. Equilibre as gorduras saturadas com as mono (do azeite, do abacate), com as do tipo ômega-3 e inclua no cardápio boas fontes de fibras. Dietas cetogênicas bem formuladas possuem vários benefícios à saúde. Falo sobre o tema na plataforma https://t21.video/browse

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/