Pacientes com HIV (VIH) envelhecem mais rápido - estratégias de combate

A maior parte dos novos casos de HIV está na faixa etária entre 25 e 39 anos para ambos os sexos, quando as pessoas deveriam estar no ápice de sua capacidade vital. Contudo, indivíduos com HIV precisam redobrar os cuidados com a saúde. Além da terapia retroviral, precisam adotar um estilo de vida muito saudável ou envelhecerão bem mais rapidamente do que o normal.

Todos os cromossomos das células humanas apresentam uma estrutura denominada telômero, que protege o material genético. Em condições normais de envelhecimento, toda vez que uma célula se replica, os telômeros encurtam até que a célula perca completa ou parcialmente a sua capacidade de divisão, culminando com a doença e a morte. A síntese de telômeros depende da enzima telomerase, uma transcriptase reversa (TR). Os inibidores da transcriptase reversa usados no tratamento do HIV causam disfunção mitocondrial, estresse oxidativo e defeitos no DNA mitocondrial, que encurtam telômeros e aceleram o envelhecimento.

Com o envelhecimento acelerado o risco de doenças também aumenta, incluindo problemas cardiovasculares, questões gastrointestinais, problemas hepáticos e hormonais, diabetes e câncer. A incidência de desordens cognitivas também aumenta co nos infectados pelo HIV e com a idade do paciente

A boa nutrição é capaz de atrasar a velocidade de envelhecimento, pelo combate à inflamação, ao estresse oxidativo, à disfunção mitocondrial. Os pacientes também precisam adotar uma prática regular de atividade física para a preservação da musculatura e melhoria do funcionamento geral do organismo.

Estratégias adequadas fortalecem o sistema imune, melhoram a composição corporal, reduzem o risco de doenças crônicas não transmissíveis, previnem a disbiose intestinal e regulam o humor. A adoção de dieta antiinflamatória, de estilo mediterrâneo, com baixo teor de gordura saturada, associado à atividade física contribui para a manutenção de um peso saudável, para a redução da medida da cintura, para a estabilização da glicemia, redução da pressão arterial, melhoria da autoestima, redução da inflamação e prevenção do diabetes. O ideal é que todo paciente passe por uma avaliação nutricional completa. Caso observem-se carências nutricionais a suplementação adequada deverá ser prescrita.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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