Desenvolvimento cerebral infantil

Há um crescimento muito acelerado nos primeiros 1.000 dias (toda a gestação e dois anos após nascimento), mas a neuroplasticidade permanece ao longo da vida. O bebê tem um cérebro com 70% do tamanho do cérebro de um adulto. Como é um órgão com taxa de crescimento acelerado, a insuficiência de nutrientes pode gerar danos (alguns permanentes).

Ao final do período embrionário, por volta da 8.ª semana gestacional, as estruturas rudimentares do cérebro são estabelecidas e os compartimentos principais dos sistemas nervosos central e periférico são definidos. Entre os 2.º e 4.º meses de gestação, a grande produção e proliferação de neurônios e de células da glia.

A partir dos 5 meses de gestação até o pós-parto, há a proliferação de células da glia. Conforme estas células se proliferam e diferenciam, migram do local de origem para diferentes regiões do cérebro. Ali conectam-se com neurônios (Mattei, & Pietrobelli, 2019).

O cérebro é um órgão heterogêneo composto de diferentes regiões anatômicas (hipocampo, córtex, corpo estriado) e processos (mielinização, produção de neurotransmissores, etc.). Cada região e para cada processo há necessidade de nutrientes. Praticamente TODOS os nutrientes são necessários ao cérebro.

Nutrientes importantes antes da gestação, essenciais para implantação e para o desenvolvimento fetal (Gernand et al., 2016).

O período de mielinização dos neurônios é longo, sendo rápido e dramático do segundo trimestre gestacional até os 2 anos pós-parto, continuando pela vida adulta. A eficiência da neurotransmissão depende da boa mielinização, que, por sua vez, é dependente de nutrientes como ferro, colina e ômega-3.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags

Dieta cetogênica na gestação: mais pesquisas são necessárias

As mulheres que planejam engravidar devem ser aconselhadas a evitar dietas restritivas com baixo teor de carboidratos. Existem poucos estudos na área e os já publicaram mostraram evidências de que as mulheres que engravidam fazendo dietas de baixo teor de carboidratos têm maior 30% mais chance de gerar bebês com defeitos do tubo neural e QI infantil reduzido.

Contudo, muitos dos estudos realizados são criticados pois não levaram em conta outros fatores que afetam o QI da infância, como status socioeconômico, educação dos pais, QI dos pais e anormalidades neurológicas e metabólicas nas crianças.

De qualquer forma, uma das preocupações é que a produção de corpos cetônicos é maior na gravidez devido a alterações no metabolismo materno. Estudos observacionais prospectivos de longo prazo e metodologicamente rigorosos são necessários para examinar a relação entre os níveis séricos de cetona materna, os resultados adversos do feto e o QI infantil (Tanner et al., 2021).

Enquanto a dieta cetogênica clássica não é recomendada na gravidez, adaptações podem ser feitas, especialmente em gestantes com risco de desenvolvimento de diabetes ou diabetes gestacional já diagnosticado. Dentre as opções estão a redução de carboidratos totais e de alto índice glicêmico.

Para a Associação Americana de Diabetes (ADA, 2022), 175 g de carboidratos são recomendados para o gerenciamento do diabetes na gravidez, ou 35% das calorias com base em uma dieta de 2.000 calorias.

Outra consideração é a adequação do folato da dieta. Mulheres com dietas mais pobres em carboidratos possuem menos folato circulante, o que também contribui para o risco de problemas do tubo neural. Vegetais de folhas verdes (como espinafre, rúcula, couve, agrião), abacate são ricos em fólico e devem estar presentes em abundância na dieta para reduzir risco de mal formação fetal. A suplementação de 400mcg de folato também é recomendada.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags

CONSUMO DE COLINA É MUITO IMPORTANTE DURANTE A GESTAÇÃO

A colina é um micronutriente essencial com papéis críticos em uma ampla gama de processos fisiológicos. Como fonte de grupos metil, a colina suporta reações, incluindo metilação genômica, que influencia a expressão gênica e a estabilidade do DNA. A colina também serve como substrato para a formação de acetilcolina, um neurotransmissor e molécula sinalizadora de células não neuronais.

Quantitativamente, o destino metabólico primário da colina é a biossíntese da fosfatidilcolina (PC), o fosfolipídio mais abundante nas membranas celulares. A adequação da fosfatidilcolina é crítica para a integridade da membrana celular e a exportação de gordura do fígado por lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL)

Durante a gestação o consumo de colina é muito importante para o desenvolvimento fetal porque a expressão do gene PEMT é baixa. O consumo adequado de colina favorece reações de metilação, essenciais para o fechamento do tubo neural e prevenção da espinha bífida. A falta de colina pode promover hipometilação e isso pode ter um impacto na estabilidade genômica e na diminuição de SAM.

Por exemplo, um estudo publicado no Behavioral Neuroscience mostrou que o consumo de colina durante a gestação (equivalente para humanos em 450mg/dia) e lactação (550mg/dia) melhora os níveis de atenção e normalizam emoções no concepto com síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21).

Além da suplementação fontes incluem gema de ovo, castanhas e vegetais como brócolis e couve flor. Os camundongos não suplementados eram mais agitados, o que está de acordo com outros estudos que já mostravam a relação. O interessante é que parece que a suplementação de colina com esta finalidade só faz efeitos nestas fases e não posteriormente. É importante mencionar que colina em excesso pode não ser legal, especialmente em pessoas com disbiose intestinal.

Suplementação para um bebê saudável

A suplementação na gravidez varia para cada mulher e deve ser prescrita e avaliada durante a consulta, a partir da anamnese, resultado de exames, sinais e sintomas. Mas, de forma geral, a mulher deverá utilizar vitamina D, metilfolato, ômega-3, probióticos e um suplemento multivitamínico específico para esta fase da vida. Muitas mulheres também beneficiam-se do uso da melatonina.

Moro hoje fora do Brasil mas se desejar pode marcar comigo uma consultoria online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags