Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, ansiedade e depressão

O mundo está cada vez mais competitivo e as pessoas cada vez mais ansiosas. Com isso, surgem sintomas psicológicos, cognitivos e/ou comportamentais gerados pela ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e uma reação de luta e fuga constantes.

A ansiedade constante reduz o tamanho do hipocampo, prejudicando a memória e causando prejuízo no desempenho escolar e no trabalho. O eixo hipotálamo-hipófise-adrennal (HPA) responde a estressores físicos ou psicológicos que são conhecidos por provocar a secreção de catecolaminas, epinefrina e norepinefrina através do sistema nervoso simpático, além de cortisol pela glândula adrenal. O excesso de cortisol perpetua a ansiedade e também contribui para a obesidade, uma vez que transforma pré-adipócitos em adipócitos (células de gordura maduras).

Muitos fatores podem contribuir para o estresse psicológico, como provas, ambiente competitivo, traumas, depressão, isolamento, ansiedade social, dificuldades financeiras, genética, uso de drogas, doenças físicas ou mentais. Nossa genética, nossa rede de apoio, nossa capacidade de resiliência vão determinar o quanto esse estresse vai nos afetar. Em geral, quanto mais estresse e quanto pior lidamos com ele, maior são os efeitos adversos. O estresse ativa células neuroendócrinas no hipotálamo, região do cérebro que ajuda a controlar nossos níveis de energia, ingestão de alimentos, peso corporal, equilíbrio de líquidos e sede, ciclo do sono, pressão arterial e temperatura corporal.

O hipotálamo contém células neuroendócrinas que sintetizam e liberam o hormônio liberador de corticotrofina (CRH). Esta é a área do cérebro que coordena as respostas fisiológicas de diferentes órgãos, que, juntos, mantêm a homeostase. A secreção de CRH ativa a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) da hipófise que entra no sangue e ativa a adrenalina (epinefrina) para produzir cortisol, o glicocorticóide (GC) mais dominante em humanos.

A epinefrina é responsável por 80% da secreção de catecolaminas adrenais e a norepinefrina pelos 20% restantes. A epinefrina também é conhecida como adrenalina e é um hormônio derivado de aminoácidos que é secretado pelas glândulas supra-renais em resposta ao estresse. A norepinefrina é um neurotransmissor encontrado no locus coeruleus do cérebro. Norepinefrina e dopamina se combinam e aumentam a frequência cardíaca, melhoram a visão por um período de tempo, aumentam a pressão arterial e aumentam a quantidade de oxigênio que se respira. Importante se você tiver que fugir de um cachorro, de um ladrão…

O sistema nervoso simpático também é conhecido como resposta neurológica de luta ou fuga. Com o estresse agudo, as catecolaminas (adrenalina) mobilizam glicose e ácidos graxos para energia e preparam o coração, fígado e músculo esquelético para a ação. Os glicocorticóides protegem contra reações exageradas das respostas do corpo ao estresse crônico, ameaçando a homeostase. Com estresse crônico e privação de alimentos e líquidos, o hormônio esteróide cortical cortisol estimula a gliconeogênese para manter o suprimento de glicose. Os glicocorticóides são essenciais na manutenção de processos em momentos de estresse prolongado e na supressão de vias inflamatórias.

Mas, se há uma quantidade excessiva de cortisol, pelo estresse constante, o risco de depressão e transtorno de ansiedade aumenta, a qualidade do sono piora, a capacidade de trabalho deteriora-se. Por outro lado, se a pesoa fica resistente ao cortisol ou secreta baixos níveis deste hormônio, por exaustão adrenal, outros sintomas surgem, como cansaço e anedonia.

Suplementação na depressão

As carinhas sorridentes da Ana, do João e da Lúcia escondem a angústia, a falta de motivação, o medo, a desesperança e o desapontamento de tentar uma coisa e outra sem sucesso.

A questão é que existem pessoas deprimidas com hormônios normais, mas neurotransmissores desequilibrados. Veja o caso da Ana que tem GABA baixo e glutamato alto. Está ficando muito ansiosa e tendo dificuldade de relaxar. Tem que adotar dieta antiinflamatória, tratar o intestino e consumir magnésio para reduzir glutamato. E pode usar suplementos para aumentar GABA como lactium, L-theanina, taurina e o próprio magnésio.

Já o João tem norepinefrina e cortisol elevados. Ele é empresário, faz um monte de coisas, mas é tão estressado e há tanto tempo que acabou se afundando, vive acelerado, com o coração disparando, suores excessivos, dores de cabeça, tiques nervosos. Ele precisa acalmar as adrenais, meditar, fazer yoga, dormir mais, sair ao sol pela manhã e usar suplementos adaptógenos como Withania somnifera (Ashagandha), theanina, L-tirosina, compostos metiladores, vitamina C, NAC, inositol e ômega-3.

A Lúcia tem outras questões: está se arrastando, não vê graça em nada, não tem energia para nada. Precisa melhorar o funcionamento das adrenais e aumentar suas catecolaminas. Pode usar suplementos como Mucuna pruriens, fenilalanina, NAC, selênio, B6, B12, B9 para regular o eixo HPA.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/