Disfunção mitocondrial no autismo

Uma proporção significativa de indivíduos no transtorno do espectro do autismo (TEA) possui comorbidades como obesidade, doenças gastrointestinais, alergias. Estudos recentes mostram que a disfunção mitocondrial é comum, gerando mais estresse oxidativo e neuroinflamação. Uma das causas é a alteração na expressão de genes importantes para o funcionamento das mitocôndrias (as usinas energéticas das células).

Não podemos mudar a genética da pessoa com TEA, mas também não precisamos piorar a situação toda. Muitos estressores ambientais contribuem para a disfunção mitocondrial. As mitocôndrias são extremamente suscetíveis a deficiências nutricionais, toxinas como metais pesados ​​e pesticidas de alimentos, água, ar ou medicamentos e danos oxidativos.

As mitocôndrias pegam as moléculas dos alimentos que comemos e as transformam em uma forma de energia que nosso corpo pode usar, chamada ATP. Cérebro, músculos, coração e trato gastrointestinal (GI) são alguns dos órgãos mais sedentos de energia. Por isso, precisam de muito ATP para desempenhar suas funções. Agora imagine que as mitocôndrias não estão funcionando corretamente, elas não podem criar energia suficiente. Isso é chamado de disfunção mitocondrial.

Muitos estudos sobre disfunção mitocondrial no TEA possuem amostras pequenas. Assim, mais pesquisas que avaliem marcadores metabólicos. Por exemplo, a conversão mitocondrial de piruvato em acetil-CoA requer o complexo piruvato desidrogenase nas mitocôndrias. Este complexo existem 3 enzimas, que são dependentes de vitamina B1, ácido lipóico, vitamina B2, vitamina B3 e vitamina B5. Assim, carências nutricionais comprometem a produção energética. Isto pode acontecer em qualquer tecido, incluindo coração, rins, músculos e cérebro. Assim:

  • Se piruvato está aumentado: suplementar B1, B2, B3, B5 e ácido lipoico

  • Se lactato está aumentado: Suplementar B1, B2, B3, B5, magnésio, manganês ácido lipoico e coenzima Q10.

A forma mais prática de analisar estes metabólicos é pelo exame de urina.

  • Aumento de beta-hidroxibutirato indica defeitos nas enzimas citocromo oxidase do sistema de transporte de elétrons. Suplementar picolinato de cromo e vanádio. Verificar se há deficiência de ferro pois enzimas c-oxidases são dependentes deste mineral.

Sintomas da disfunção mitocondrial

Os sintomas da disfunção mitocondrial são variados, podendo incluir: fadiga e fraqueza muscular, intolerância ao exercício, baixo crescimento, problemas de visão e audição, problemas gastrointestinais (refluxo, cólicas, diarreia e/ou constipação), convulsões, atrasos no desenvolvimento, estereotipias.

Registre os sinais e sintomas que seu filho menciona ou apresenta, assim como a gravidade e a frequência. Bater a cabeça pode ser um sinal de dor de cabeça. Curvar-se sobre os móveis ou aplicar pressão na barriga pode ser um sinal de dor em órgãos digestivos. Depois, discuta suas preocupações com seu médico.

Se tiver acesso, teste os níveis sanguíneos de nutrientes como L-carnitina, CoQ10 ou vitaminas do complexo B, pois esses suplementos geralmente beneficiam aqueles com disfunção mitocondrial. Para apoiar as mitocôndrias, regule o sono, use melatonina, reduza a exposição a toxinas, estimule a atividade física moderada, otimize o aporte de nutrientes.

PRECISA DE AJUDA?

MARQUE AQUI SUA CONSULTA DE NUTRIÇÃO ONLINE

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/