Nutrientes que protegem o cérebro contra a depressão

A partir do triptofano produzimos serotonina (neurotransmissor relacionado a bem estar), mas também ácido quinolínico (neurotóxico) e ácido quinurênico (neuroprotetor). Quanto maior a produção de ácido quinolínico, em detrimento das outras vias, maior o risco de distúrbios neurológicos e psiquiátricos, incluindo, depressão e esquizofrenia.

O triptofano é encontrado em uma ampla variedade de alimentos, incluindo frango, atum, aveia, amendoim, banana, leite, queijo, ervilha, castanha de caju e amêndoa. Restrição calórica, probióticos, resveratrol e chá preto, podem reduzir a produção de ácido quinurênico e atenuar a neuroinflamação.

Já para transformar triptofano em serotonina não pode faltar vitamina B6, magnésio, folato. Falo sobre estes e outros nutrientes que salvam o cérebro contra a depressão no vídeo abaixo:

Disfunção mitocondrial e depressão

Outro fator importante é a capacidade de produção de energia nos neurônios. Para produção de ATP nossas mitocôndrias precisam estar funcionando bem. Elas geram energia e também apoiam a neurogênese (formação de novas células nervosas. Problemas mitocondriais podem levar à plasticidade neuronal disfuncional e à neurogênese reduzida, elementos centrais da neurobiologia da depressão.

Uma dieta rica em gordura está associada à biogênese mitocondrial anormal, que também está associada ao aumento da produção de radicais livres, inflamação e resistência à insulina. Muito carboidrato e/ou muito sal (pense nas batatinhas fritas) também aumentam o risco de disfunção mitocondrial.

Alguns estudos em humanos mostraram marcadores aumentados de biogênese mitocondrial com jejum, restrição calórica, dieta antiinflamatória e consumo de compostos como quercetina, N-acetilcisteína e resveratrol, que estão relacionado à mais energia e menos sintomas depressivos.

Obesidade como causa e consequência de transtornos de humor

A relação multifatorial entre dieta, transtornos do humor e obesidade é bidirecional e complexa . Estudos mostram que pessoas que não movem-se e engordam possuem maior tendência à depressão. E que, uma vez deprimidas, tendem a comer mais o que agrava o ganho de peso, gerando um ciclo vicioso.

Uma das questões é que o tecido adiposo produz citocinas inflamatórias que dificultam a perda de peso e também agravam a neuroinflamação. Existem vários outros fatores contribuintes para a depressão e toda a ajuda é necessária, da família, dos amigos, dos terapeutas. Aprenda mais no curso online Psiconutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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