Possibilidades de tratamento do diabetes tipo 2

O diabetes é um problema de saúde que cresce em todo o mundo. Contudo, cerca de 79% dos casos estão em países em desenvolvimento. O estilo de vida sedentário, o excesso de peso, o envelhecimento populacional, a vida estressante e a dieta inadequada estão entre os fatores causais desta doença, que caracteriza-se pela elevação das quantidades de açúcar no sangue (hiperglicemia).

A elevação da glicemia aumenta a mortalidade prematura, por complicações que incluem distúrbios vasculares que resultam em problemas renais, problemas cardíacos, aumento do risco de derrame. Além disso, o diabetes reduz a qualidade de vida pois afeta o sistema digestivo, muscular, esquelético, mental etc.

O diabetes tipo 2 é o mais comum

Estima-se que 90 a 95% de todos os casos de diabetes sejam do tipo 2. Outros tipos incluem diabetes tipo 1, diabetes gestacional, diabetes neonatal, secundário a infecções, doenças do pâncreas ou uso de medicamentos. Para o diagnóstico de diabetes são utilizados exames como glicemia em jejum e teste de tolerância oral à glicose.

Glicose em jejum

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Tolerância Oral à glicose

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Exames como insulina em jejum, hemoglobina em jejum e frutosamina são mais utilizados para monitoramento do diabetes.

Tratamento do diabetes tipo 2

O tratamento eficaz do diabetes depende de mudanças no estilo de vida, com adoção de dieta adequada, atividade física, educação, automonitoramento, controle do estresse, redução do estado inflamatório. Muitas vezes são prescritos também medicamentos, mas eles sozinhos não tratam a doença, apenas controlam o nível de açúcar no sangue. CURSO ONLINE - PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO DIABETES

Práticas integrativas e complementares em saúde no tratamento do diabetes tipo 2

A prática de yoga é muito útil pois seu conjunto de técnicas ajudam a diminuir o estresse (que desequilibra a glicemia), controla a inflamação, melhora a saúde física e mental.

Outra filosofia nascida na Índia, o Ayurveda traz no livro Charaka Samhita o conceito de Prameha, desordem principalmente de Kapha dosha agravado, que traz sintomas como excesso de urina (doença do trato urinário). Preguiça, consumo excessivo de açúcar, adiposidade excessiva são algumas das causas de Prameha.

O Charaka Samhita descreve 20 tipos de prameha - problemas urinários (10 causadas por Kapha, 6 por Pitta e 4 por Vata). Por isso, a observação da urina, para o Ayurveda, é super importante. Urina doce, turva ou esbranquiçada são características de excesso de Kapha. Kaphaja prameha é mais fácil de curar com mudanças de estilo de vida para apaziguar o dosha agravado. Dica: atividade física é super importante! Condimentos como canela e cardamomo também são maravilhosos. Mais neste curso.

Urina escura, azulada, alaranjada, avermelhada ou sanguinolenta são características do agravamento de Pitta. Reduzir Pitta é então importante. Dormir bem, respirar bem, fazer yin yoga são super importantes. Já gordura ou característica de mel são mais comuns nas alterações do sistema urinária por excesso de Vata. Vataja prameha é mais difícil de curar e o uso de medicação será muito importante.

Jejuns terapêuticos

O jejum intermitente, quando realizado por razões de saúde em pacientes com diabetes mellitus ajuda na perda de peso, na melhoria da sensibilidade à insulina e na redução da necessidade de medicamentos. Boas evidências de estudos científicos mostram que os benefícios do jejum superam os danos potenciais no indivíduo médio. Contudo, pessoas com diabetes precisam ser mais cautelosas para não sofrerem hipoglicemias severas, principalmente quando em uso de medicamentos, que precisarão ser ajustados (GRAJOWER, & HORNE, 2019).

Farmacoterapia

Muitos medicamentos podem ser usados para controle da glicemia e da resistência à insulina. Metformina, tiazolidinediona (pioglitazona e rosiglitazona) e DPP-4 são antidiabéticos orais que raramente causam hipoglicemia. Os Inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (SGLT-2) também raramente causam hipoglicemia; no entanto, eles podem causar diurese osmótica. Devido a este último efeito, se houver alterações na ingestão de líquidos habitual do paciente durante o dia de jejum, pode ser apropriado pular o uso deste medicamento nos dias em que o paciente faz jejum intermitente para evitar a desidratação e a queda da pressão arterial.

A gliburida, a glimepirida e a glipizida são sulfonilureias de ação prolongada e costumam estar associadas à hipoglicemia durante a ingestão calórica reduzida. Esses medicamentos devem sempre ter suas doses reduzidas se o paciente for fazer jejum para evitar potenciais eventos adversos. Além disso, se o paciente tomar esses medicamentos à noite, a dose tomada na noite anterior à data de jejum também deve ser reduzida ou suspensa por motivos de segurança. Nateglinida e repaglinida são sulfonilureias de curto prazo. A incidência de hipoglicemia com esses medicamentos é menor do que com as sulfonilureias anteriores, mesmo assim o ajuste da dosagem é importante e deve ser conversada com o médico. Por fim, análogos do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1) raramente estão associados à hipoglicemia.

AJUSTE DE HIPOGLICEMIANTES (GRAJOWER, & HORNE, 2019)

AJUSTE DE HIPOGLICEMIANTES (GRAJOWER, & HORNE, 2019)

Os inibidores da alfa glicosidase acarbose e miglitol, assim como o sequestrante de ácido biliar colesevelam, inibem a absorção de carboidratos que devem ser suspensos antes de qualquer refeição que não contenha carboidratos. A bromocriptina atua por meio de um mecanismo incerto, mas parece afetar a produção simpática de glicose. O risco de hipoglicemia é baixo com este fármaco, podendo ser continuado durante o jejum intermitente.

AJUSTE DE DOSE DE INSULINA (GRAJOWER, & HORNE, 2019)

AJUSTE DE DOSE DE INSULINA (GRAJOWER, & HORNE, 2019)

O ajuste da insulina é mais complicado e exige a automonitoração com um glicosímetro. Os pacientes em uso de bomba de insulina devem inicialmente reduzir a dose em 10%, com ajustes adicionais baseados em testes frequentes (a cada duas horas). Não é incomum, com um dia inteiro de jejum, encontrar a necessidade de reduzir a insulina basal em até 90% no final do dia de jejum. A insulina prandial ou à hora das refeições (incluindo regular, lispro, glulisina e asparte), não deve ser feita se o paciente estiver em jejum. É importante notar que alguns pacientes desenvolvem sintomas de hipoglicemia, mesmo com uma taxas acima de 70 mg / dL, portanto, cautela é indicada.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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