Comer emocional é mais comum entre mulheres

Você está com fome agora? Agora que perguntei, pense: “você está com mais fome agora do que estava antes de ler a pergunta? Talvez sim, somos induzidos a comer por vários fatores. A lembrança da comida é um deles. Além disso, as emoções influenciam também o apetite. Com certeza você já sentiu fome pouquíssimo tempo depois de ter terminado o almoço. Hormônios, sensações, produção de neurotransmissores, funcionamento gastrointestinal, tudo influencia a necessidade de comer. Mas o que é fome de verdade?

A percepção da fome

Comer é um instinto biológico, uma resposta aprendida para que possamos manter o corpo e a mente funcionando bem. Quando precisamos comer sentimos fome, que aparece de forma diferente entre as pessoas. Algumas sentem o estômago roncar, outras sentem-se mais fracas, menos concentradas, mais irritadas. Outras sentem o estômago vazio. Tudo isso é normal. Só que nossa experiência de fome nem sempre é um guia muito confiável sobre a quantidade e tipo de comida que precisamos. Com certeza você já passou por muitos momentos em que comeu muito mais do que precisava.

A forme é real?

Um sinal de que o corpo precisa de alimentos é o baixo nível de açúcar no sangue. Quando a glicose no sangue está baixa, hormônios que aumentam o apetite e o desejo por comida são produzidos. Portanto, quanto mais baixo o açúcar no sangue cica, mais fome as pessoas sentem, certo? Nem sempre. Estudos mostram que o nível de fome depende da oferta ou exposição à alimentos.

Se estiver assistindo TV e uma pizza aparecer na propaganda ou no filme, talvez você queira comer, mesmo com níveis de glicose normais. Por outro lado, se os seus níveis estiverem baixos mas estiver muito distraído, assistindo a algo muito envolvente, talvez nem lembre de comer. O nível relatado de fome muda também de acordo com o tempero. Se o que estiver comendo for muito gostoso provavelmente comerá mais do que se estiver “sem sal”. A aparência também conta.

E por fim, a fome muda de acordo com nossas emoções. Em que situações você fica mais compulsivo? Quando está entediado? Ansioso? Estressado? Sozinho? Frustrado? Ou quando está enrolando para começar um trabalho? Todos os estados emocionais podem influenciar o desejo por comida.

Algumas estratégias que podem ajudar

  1. Tome um grande copo de água e distraia-se por alguns minutos. Tente uma tarefa particularmente envolvente ou desafiadora e veja se a fome vai embora. Se sim, não era uma fome verdadeira. Essa não deve ser ignorada. Se é diabético, monitore os níveis de açúcar no sangue.

  2. Dê uma caminhada ou faça um exercício respiratório como o do vídeo abaixo. Depois, dê uma nota para sua fome, de 0 a 10. Se a sua fome é baixa, precisa mesmo comer o pote de sorvete inteiro? Ou 3 fatias de bolo?

3. Mastigue bem. Um dos grandes erros que cometemos na alimentação é comer com pressa. Quando não focamos na mastigação, acabamos comendo mais do que o necessário.

4. As emoções estão arrebatadoras? Comece uma terapia. Indico a Julia Maciel.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/