EGCG e disfunção tireoidiana

Com a pandemia e a elevação do estresse atendi mais pacientes que desenvolveram doenças autoimunes, dentre elas as tireoidites. A tireóide começa a sofrer bem antes de falhar definitivamente. Existe uma fase pré-clínica da doença que pode ser tratada, muitas vezes sem a necessidade de medicação. Mas é importante estar atento a sinais e sintomas e fazer anualmente seus exames de rotina.

  • Hipofuncionamento da tireóide é acompanhado de sonolência, cansaço, ganho de peso, alterações de humor, piora da memória, ressecamento da pele, prisão de ventre, queda de cabelo, sensação de frio, alteração na libido, elevação do colesterol.

  • Funcionamento exagerado da tireóide pode ser acompanhado de agitação, impaciência, queda de cabelo, unhas frágeis, perda de pelo, olhos saltados, impaciência, sintomas depressivos.

Para que serve a glândula tireóide?

A glândula tireoide tem como função produzir os hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina) que são importantes para o funcionamento de todo o organismo. Por exemplo, ajuda a regular batimentos cardíacos, peristaltismo intestinal e também as funções cognitivas. Também age em ossos, músculos e até nas glândulas sexuais, podendo alterar o ciclo menstrual e a ovulação nas mulheres. As secreções de T4 e T3 são controladas pela liberação de TSH (hormônio tireoestimulante), produzido pela hipófise anterior e avaliação destes hormônios é importante para o diagnóstico de qualquer alteração.

Tratamento da disfunção tireoidiana

A tireóide depende de alguns nutrientes para seu bom funcionamento e é afetada pela carência de nutrientes como selênio, zinco, iodo. A função da tireóide também pode ser prejudicada pelo consumo excessivo de suplementos a base de plantas, como o EGCG do chá verde. Por isso, a prescrição de suplementos deve ser feita de forma criteriosa e sempre acompanhada adequadamente. Doses de EGCG seguras para adultos com tendência a disfunção tireoidiana giram em torno de 338 mg (o equivalente a 900 ml de chá).

O EGCG também pode atrapalhar o uso da vitamina B9 e pode alterar enzimas hepáticas. Assim, é fundamental o acompanhamento dos níveis vitamínicos, dos valores de TSH, T3 e T4 livres, TGO e TGP, minimamente.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/