Benefício e riscos da suplementação de ferro

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A anemia ferropriva é o problema nutricional mais comum da população brasileira, com severas consequências econômicas e sociais, já que gera custos de tratamento, baixo rendimento escolar e perdas de produtividade no trabalho. São consequências da deficiência de ferro: redução do desenvolvimento físico, motor, psicológico, cognitivo e de linguagem em crianças, falta de apetite, dor de cabeça, irritabiidade, cansaço, redução da função imunológica e fraqueza. Em gestantes aumenta o risco de parto prematuro, abortos espontâneos, mortalidade maternal e perinatal.

Como o ferro não é bem absorvido a recomendação para homens e mulheres ultrapassa a perda. Em situações normais a perda de ferro orgânica fica entre 1 e 2 mg ao dia, quantidade que deve ser reposta por meio da alimentação e, no caso de anemia ou queda dos estoques é feita a suplementação.

Recomendações

Segue abaixo recomendação de ferro (mg) diária para cada indivíduo:

RDA = recomendação; UL = limite máximo diário

RDA = recomendação; UL = limite máximo diário

A absorção do ferro depende do saúde intestinal, de seu pH e de inibidores ou facilitadores presentes na dieta e do tipo de ferro suplementado. A suplementação de ferro tem sido um desafio na prática clínica devido à ineficácia na correção de deficiência de ferro e pelos efeitos gastrointestinais da suplementação que reduzem a tolerância e a adesão ao tratamento. Dicas:

  • não associar na suplementação ferro com outros minerais como cálcio e zinco;

  • associar a suplementação de ferro com Lactobacillus plantarum ou piperina;

  • optar pela forma química bisglicinato ou ferro sucrosomial (4 x e 3,5 x maior biodisponibilidade que o sulfato ferroso);

  • tomar o suplemento com estômago vazio para melhoria da biodisponibilidade. Se consumir após a refeição, opte por uma refeição com poucas fibras;

  • Tomar 1 dose ao dia em dias alternados (para reduzir a hepcidina que reduz absorção do ferro).

Excesso de ferro

A preocupação é que, assim como, o ferro não deve estar diminuído no organismo, o excesso também é prejudicial. O ferro não é facilmente eliminado pelo corpo e uma abundância do mineral aumenta a produção de radicais livres, prejudicando as funções celulares e suprimindo a atividade enzimática e a função imune.

Assim, a suplementação de ferro não deve ser feita indiscriminadamente, sendo avaliada de forma bastante criteriosa, afim de não alterar o equilíbrio orgânico. Anualmente por meio de check-ups o hemograma e a quantidade de ferritina (proteína de estoque do ferro) devem ser avaliados. Se tudo estiver bem apenas lembre-se de incluir alimentos ricos em ferro em seu prato afim de repor as perdas naturais diárias:

  • Sardinha em conserva - 3,5 mg

  • Ovo de codorna inteiro - 3,3 mg

  • Agrião - 3,1 mg

  • Amêndoa - 3,1 mg

  • Patinho - 3 mg

  • Gema de ovo de galinha - 2,9 mg

  • Contra-filé - 2,8 mg

  • Acém - 2,7 mg

  • Lentilha - 1,5 mg

  • Feijão carioca - 1,3 mg

  • Atum fresco - 1,2 mg

  • Alface crespa - 0,4 mg

  • Filé de frango (peito) - 0,3 mg

Fonte: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos - TBCA 

OBS: Quantidade em 100g de alimentos

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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